Mafas @ 23:04

Qua, 23/04/14

No ano passado, depois do final de época trágico do Benfica, li muitos textos a falarem deste assunto com uma expressão que achei engraçada, "um amor ingrato". É um amor que nos faz ir atrás deles, cantar, vibrar em cada jogo, estar quase lá e no final, por falta de sorte ou de um Jesus no céu, ficar sem nada. E ainda assim, no inicio desta época, lá estávamos nós a apoiar o nosso clube quase como se nada tivesse acontecido. Quase porque as lembranças não se apagaram e agora falo por mim, vi as coisas de uma forma mais apreensiva. Não andei a pensar e hipotéticos campeonatos, em se ganharmos e se fizermos isto e aquilo. E o Benfica lá foi ganhando. Acreditem que, graças ao facto de estar tão de pé atrás, 3 dias depois ainda não me mentalizei que ganhámos mesmo o campeonato. Tenho este defeito, quando não penso muito nas coisas, a minha mente demora um bocado a aceitá-las como facto. 

 

Contudo, foi uma alegria imensa quando o jogo de domingo finalmente terminou. A sensação de sermos campeões. Rumei ao Marquês para festejar em família. E foi, de facto, uma festa muito bonita. Quanto mais nos aproximávamos, mais gente havia. Ao chegar, dei uma voltinha e acabei por ficar na saída para uma das avenidas, da parte mais alta, e a vista era fascinante. Toda a rotunda repleta de gente, a subida em frente idem e a onde nós estávamos, chegavam cada vez mais pessoas. Eu já me perguntava de onde vinha tanta gente. Tudo a cantar, de cachecol, todo o ambiente vermelho. O ponto alto foi sem dúvida a chegada deles. Há 4 anos não os tinha conseguido ver e o ambiente com que são recebidos é de arrepiar. Em minha casa, jogadores que passam pelo Benfica, são da família. Para mim não faz sentido andar a dizer mal e a ofender jogadores que todas as semanas vestem a camisola do meu clube e o defendem dentro de um campo. Adoro ir conhecendo-os, dentro e fora de campo, famílias incluídas. Ver que a mulher deste é mais assim ou que outro teve mais um filho. Lá está, são da família. E continuam a ser alguns que já saíram. Tenho um carinho gigante por jogadores que já são a cara do clube como o Luisão, que adoro ver jogar como o Rodrigo, que parecem uns fofinhos e têm um azar gigante como o Salvio ou só porque sim como o Cardozo ou o Artur. Não só eles, como muitos outros, estes são talvez aqueles que mais me tocam. E sim, também gosto muito do Jesus e sempre disse que não queria que saísse. Estas pessoas são o meu clube e graças a elas e a todos os que tornam a sua existência possível, domingo foi um dia muito feliz para mim. Por isso, o meu muito obrigado. E por me terem deixado voltar a cantar "ooooh o campeão voltooou".


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